quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Gildásio de Almeida Souza



Gildásio de Almeida Souza

evangelista da silva

Era meu primo, Dazinho, o extremo do racional...
Uma Comédia Divina, não fosse trágico o seu fim
Lá nas bandas do Sul da Bahia, às margens do Rio Almada...

O cenário fora Coaraci... um lugarejo acanhado e frio...
Entretanto, um tanto quente para se matar gente.
Gente estirada nas ruas às madrugadas e vista ao amanhecer...

Deixara Santo Antônio de Jesus, - a terra mãe estuprada...
Para trabalhar naquelas plagas cinzentas e montanhosas.
Em lá chegando casado... descasara... O tempo é o Senhor!...

Nasce a criança de quem sou padrinho, - o fruto de uma dúvida
E brutal incerteza de sê-lo pai. Um inferno abala a sua vida...
Lembro-me de um dia Tê-lo dito que a vida é uma cachaça!...

Cônscio, embora constantemente encachaçado, negara-me
A infeliz filosófica em mal traduzir o existir de infinda mágoa,
Em meio a um silêncio ensurdecedor que lhe destruía su'alma.

Assim, como uma criança espancada sob a maldição do coturno,
Partira o meu amado primo para o desconhecido mundo,
Deixando para mim ao certo, a incerteza da verdade...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Na Cama não se fala em filosofia




Na Cama não se fala em filosofia
“Na cama não se fala em filosofia. Peguei na mão dela, coloquei sobre meu coração, disse, meu coração é seu, depois pus sua mão sobre minha cabeça e disse, meus pensamentos são seus, moléculas do meu corpo estão impregnadas com moléculas do seu. Depois botei a mão dela no meu pau, que estava duro, disse, é seu esse pau. Ela nada disse, me chupou, depois chupei sua boceta, ela veio por cima, fodemos, ela ficou de joelhos, rosto no travesseiro, penetrei por trás, fodemos. Fiquei deitado e ela de costas para mim sentou-se sobre o meu púbis, enfiou meu pau sobre sua boceta. Eu via meu pau entrando e saindo, via o cu rosado dela, que depois lambi. Fodemos, fodemos, fodemos. Gozei como um animal agonizado. Ela disse, te amo, vamos viver juntos. Perguntei, não está bom assim ? Cada um no seu canto, nos encontramos para ir no cinema, passear no Jardim Botânico, comer salada com salmão, ler poesia um para o outro, ver filmes, foder. Acordar todo dia, todo dia, todo dia juntos na mesma cama é mortal. Ela respondeu que Nietzsche disse que a mesma palavra amor significa duas coisas diferentes para o homem e para a mulher. Para a mulher, amor exprime renúncia, dádiva. Já o homem que possuir a mulher, tomá-la, a fim de se enriquecer e reforçar seu poder para existir. Respondi que Nietzsche era um maluco. Mas aquela conversa foi o início do fim. Na cama não se fala em filosofia”. 
(RUBEM FONSECA)

Chega!




Chega! (evangelista da silva) Chega!... Assim eu vou morrendo Lentamente abandonado e só... Já se não me restasse a madrugada!... Em um silêncio permanente e tão profundo... Assim vou-me despedindo deste mundo até o amanhecer... É doce, azeda e amarga a triste e alegre caminhada dos dias meus... Espero morrer a luz do Sol em tumultos e pedradas, que aventurar-me a extinção Em meio ao cativeiro falando com o mundo inteiro através de mim mesmo... tão só. Aguardo o raiar do dia para ter uma eterna vida, morrendo e nascendo a cada amanhecer...

Psicoses - o que são? Quais os tipos mais comuns? Quais são as características e como lidar com elas



Psicoses - o que são? Quais os tipos mais comuns? Quais são as características e como lidar com elas


O que são psicoses?Psicoses - o que são? Quais os tipos mais comuns? Quais são as características e como lidar com elas

Psicose não é uma doença específica, mas um conjunto de enfermidades reconhecidas pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica uma "perda de contato com a realidade", traduzido por alucinações e delírios nos períodos de crises mais intensas.
Afora isso, o estado psíquico inclui também pensamento desorganizado e/ou paranoide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa, insônia severa e comportamentos bizarros. Também é frequente uma falta de "crítica" ou de "insight", que se traduz numa incapacidade de reconhecer o caráter estranho do próprio comportamento. Desta forma surgem, nos momentos de crise, dificuldades de interação social e em cumprir normalmente as atividades comuns da vida diária.
Quando a pessoa apresenta este problema de forma aguda, dizemos que ela está tendo um surto psicótico, do qual pode se recuperar parcialmente, em geral restando algum “defeito” psíquico residual, variável para cada pessoa. Se uma pessoa ficar com a doença pelo resto da vida, dizemos que sofre de psicose crônica.
Saiba mais sobre "Alucinações", "Neurose de angústia", "Insônia" e "Psicose reativa".

Quais são as causas das psicoses?

As causas das psicoses são motivo de muita discussão e controvérsia dentro da comunidade científica. Acredita-se que fatores sociais como abuso de drogas e isolamento social possam estar direta ou indiretamente associados às psicoses. O desenvolvimento do quadro psicótico parece depender da interação desses fatores sociais com fatores biológicos (hereditariedade e danos físicos ao cérebro, por exemplo) e psicológicos (experiências dramáticas extremas e traumas psíquicos, por exemplo).
Os sintomas psicóticos podem ocorrer em diversos estados psicológicos excepcionais ou mórbidos, tais como transtorno bipolardepressão grave, demênciasestresse psicológico severo, privação do sono, epilepsiaesquizofreniaabstinência de álcool, infecções e cânceres do sistema nervoso centrallúpus eritematosoinsuficiência renal e/ou hepáticatumores cerebraisacidente vascular cerebralAIDS e sífilis.
O abuso de substâncias como o álcool e alguns tipos de drogas, principalmente as do tipo estimulantes, é um dos principais fatores de risco para o surgimento da psicose.
Leia sobre "Esquizofrenia", "Transtorno bipolar", "Depressão", "Demência", "Estresse" e "Síndrome de abstinência".

Quais são os tipos das psicoses?

Alguns tipos clássicos de psicose são:
  1. Psicose induzida por drogas, como álcoolmaconhacocaína, etc.
  2. Psicose orgânica, causada por lesão cerebral ou enfermidade física que altere o funcionamento do cérebro.
  3. Psicose reativa breve, em que os sintomas aparecem em resposta a um evento muito estressante.
  4. Esquizofrenia, a mais comum das psicoses, de causa ainda não totalmente esclarecida.
  5. Transtorno bipolar, antes chamada de psicose maníaco-depressiva, em que há alternância de mania (momentos de exagerada euforia) com depressão.
  6. Transtorno esquizoafetivo, em que a pessoa tem alterações como no bipolar e no esquizofrênico, mas não se enquadra em nenhum dos dois diagnósticos.

Quais são as características clínicas das psicoses?

As psicoses podem surgir em qualquer idade, dependendo da sua causa, mas é mais comum se iniciarem na adolescência ou em adultos jovens.
Os principais sinais e sintomas de uma doença psicótica são:
  • Pensamento confuso, com falta de conexão entre as ideias, por isso as frases emitidas podem não ter sentido. Nesses casos, o indivíduo também pode encontrar dificuldades para se concentrar e ter problemas de memória recente. O pensamento e a fala podem estar muito rápidos ou muito lentos, dependendo do quadro clínico.
  • Crenças ou ideias esdrúxulas, não baseadas na realidade, incorrigíveis pela argumentação, os chamados “delírios”.
  • Alucinações, que são percepções falsas da realidade, como ouvir vozes, ver coisas ou sentir cheiros inexistentes ou, ainda, experimentar falsas sensações táteis desagradáveis.
  • Transformações nos sentimentos, sem nenhum motivo aparente.
  • Mudança no comportamento usual da pessoa.
  • Queda do rendimento no trabalho ou na escola.
  • Permanência na maior parte do dia em posição deitada ou sentada, ficar imóvel ou apenas assistindo televisão, por exemplo.
  • Falta de interação social, preferência por ficar sozinho ou também o inverso, tornar-se mais falante, às vezes, até mesmo em excesso.
  • Falar ou rir sozinho sem nenhum estímulo aparente.
  • Descuido com os hábitos cotidianos de higiene.
  • Perda de apetite.
  • Alterações qualitativas e/ou quantitativas do sono, para mais ou para menos.

Como o médico diagnostica as psicoses?

diagnóstico de psicose geralmente é feito pelo psiquiatra por meio de observações clínicas que incluem a história de vida e de saúde do indivíduo, seu quadro psicopatológico e de doenças. A depender do caso, essas observações podem levar meses até chegar a um diagnóstico correto, feito com base na psicopatologia clínica e teórica.
As principais características clínicas definidoras das psicoses são: (1) os pensamentos psicóticos são psicologicamente incompreensíveis, (2) apresentam vivências bizarras que não fazem parte do repertório de experiências comuns, como delírios, alucinações, alterações da consciência do eu e (3) não existência de alterações primárias na esfera cognitiva. A memória e o nível de consciência não estão prejudicados.

Como o médico trata a psicose?

O tratamento da psicose depende da causa e do tipo de alteração. Às vezes, a internação em hospital pode ser necessária, principalmente se o paciente representar riscos para a segurança de outras pessoas ou dele próprio. Alguns medicamentos antipsicóticos podem ajudar a controlar alguns sintomas, como alucinações e delírios. Essas drogas também podem ajudar a estabilizar os padrões de humor, de comportamento e de pensamento do paciente.

O que você deve saber sobre antidepressivos




depressão é um distúrbio da afetividade caracterizado pela presença de tristeza, pessimismo e baixa autoestima. Sob a denominação de depressão encontram-se, na verdade, várias doenças diferentes, por isso é mais correto falar-se em síndrome depressiva que de depressão.
Algumas depressões são verdadeiras doenças, tendo uma base etiológica orgânica em alterações bioquímicas do cérebro, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina) e outros processos que ocorrem dentro das células nervosas. Outras situações, habitualmente também chamadas de depressão, são, na realidade, reações depressivas a insucessos vivenciais.
As primeiras são ditas depressões endógenas e, as outras, depressões reativas. Fala-se também de depressõesendorreativas quando uma predisposição depressiva endógena é desencadeada por um acontecimento vivencial.
Saiba mais sobre "Depressão maior", "Depressões" e "Tipos psicológicos".

O que são antidepressivos?

Os antidepressivos são substâncias consideradas eficazes na remissão de sintomas de pelo menos um grupo de pacientes com transtornos de síndromes depressivas. Eles agem melhor nas depressões endógenas que nas outras, em que podem ter apenas um efeito placebo. Algumas substâncias com atividade antidepressiva podem ser eficazes também em transtornos psicóticos e terem outros papeis farmacológicos, como analgésicos, por exemplo.
Quimicamente falando, há três classes principais de antidepressivos:
(1) os antidepressivos tricíclicos, que contém em sua estrutura química um triplo anel benzênico;
(2) os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e/ou noradrenalina (ISRS), que recaptam essas substâncias liberadas nas sinapses;
(3) os inibidores da monoaminoenzimaoxidase (IMAO), que inibem a ação desta enzima nas fendas sinápticas.
Os medicamentos antidepressivos não tratam a causa da depressão e sim os seus sintomas. Todos eles são capazes de elevar o humor básico patologicamente deprimido e devem ser distinguidos dos psicoestimulantes por certas características clínicas:
  1. Os psicoestimulantes elevam o humor de pessoas normais; os antidepressivos apenas têm esse efeito em pessoas deprimidas.
  2. A ação dos psicoestimulantes é imediata, a dos antidepressivos demora de 7 a 10 dias.
  3. Os psicoestimulantes podem causar euforia; os antidepressivos não têm esse efeito, embora possam causar as chamadas “viradas maníacas” em pacientes que sofrem de psicose maníaco-depressiva ou transtorno bipolar do humor.
  4. Os antidepressivos não causam dependência; os psicoestimulantes podem causá-la.
  5. Os antidepressivos sempre são medicamentos; os psicoestimulantes, além de medicamentos, são também drogas, como a cocaína, por exemplo, ou outras substâncias químicas.
  6. Os psicoestimulantes apresentam “efeito rebote”, isto é, à euforia inicial segue-se um fase de depressão.
Leia sobre "Transtorno bipolar do humor" e "Dependência de cocaína".

Qual é o mecanismo de ação dos antidepressivos?

Os neurônios não se conectam fisicamente uns com os outros. Entre eles há uma fenda preenchida por líquido no qual abundam principalmente a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. As depressões se devem a alterações nessas substâncias, chamadas neurotransmissores, e os antidepressivos visam corrigi-las, aumentando a concentração delas nas fendas sinápticas.
Embora os conhecimentos sobre a bioquímica da depressão e a ação dos antidepressivos ainda sejam rudimentares e empíricos, a Associação Americana de Psiquiatria sugere que os antidepressivos devam ser prescritos por, pelo menos, 4 a 5 meses após a melhora ou remissão total dos sintomas depressivos, porque esse seria o tempo preciso para fazer as correções bioquímicas necessárias.
Os antidepressivos tricíclicos são os mais eficazes no tratamento da depressão profunda; os ISRS são mais seguros, mas só são eficazes em depressão moderada, enquanto os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) têm longa duração de ação.

Quais são os principais efeitos colaterais dos antidepressivos?

Embora sejam eficazes contra a depressão, os antidepressivos não são sustâncias inócuas, podendo causar diminuição da libido, disfunção sexual, síndrome de privação, mania/hipomania, sintomas típicos da esquizofrenia, quadro psicótico agudo, perigo de suicídio logo após o início da terapia, boca seca pela redução do fluxo salivar, perda de apetite, constipação intestinalaumento da pressão arterial, enjoos, dor de cabeça, aumento da temperatura corporal, etc.
Como a serotonina tem importante papel no processo da coagulação, é de se esperar um aumento no tempo de sangramento do paciente que usa antidepressivos.
Chama-se de síndrome serotoninérgica ao conjunto de sintomas causados pelo excesso de serotonina na fenda sináptica. Ocorre, por exemplo, quando da associação entre os antidepressivos ISRS e IMAO.
Veja também sobre "Esquizofrenia", "Suicídio", "Síndrome serotoninérgica" e "Psicoterapias".